domingo, 9 de janeiro de 2011

Alguns exemplos de Paródia e Paráfrase

PROPOSIÇÕES

meus oito anos (cassimiro de Abreu)-original
Oh ! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é - lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!

Meus oito anos (Oswald de Andrade)- PARÓDIA

Oh que saudades que eu tenho
Da aurora de minha vida
Das horas
De minha infância
Que os anos não trazem mais
Naquele quintal de terra
Da Rua de Santo Antônio
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais.

Eu tinha doces visões
Da cocaína da infância
Nos banhos de astro-rei
Do quintal de minha ânsia
A cidade progredia
Em roda de minha casa
Que os anos não trazem mais

Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais.


Meus oito anos-Paráfrase

Falta que me faz

O apogeu de minha história

Meus anos de glória

Que já nao posso viver



Lembro sonhos, amores e o céu

Meus sábados saudosos

Minhas bonecas no colo


Cantando, na chuva, canções de ninar



Que ensolarada era a tarde

Aos meus oito anos de idade

Em que pela primeira vez

Te amei, mais que perfume em flor



O lago projetado

Meramente humano

Desengonçado

Mas doce de se lembrar



Que paz, aroma e surpresa

Com melodia serena

Vem tu da natureza

Implorando para ficar



Beijar era distante e distinto

Do nosso dia corrido

De aveuntura sedento

Sob sol ou luar



Ó dama que é da noite

Primavera em suas flores

Os platonicos e já sem face

Em teu perfume lembraste



Em vez da falta de agora

Tinha em minha frente delícia

Na mente nenhuma malícia

E as lembranças de meus avós



Filha liberta da fazenda

Não quietava só

Menos ainda serena

Corria nos limoeiros

Faceiros

Vento no rosto, pé no chão

De cada dia era meu pão



Quartos em breu os nossos

Fantasmas saudosos

Choravam ditosos

Pelos seus oito anos de idade



Orava à mãe Iemanjá

Longe nas águas do mar

Que para sempre me alimentasse

De motivos pra cantar



Falta que me faz

O apogeu de minha história

Meus anos de glória

Que já nao posso viver



Lembro sonhos, amores e o céu

Naqueles sábados saudosos

Com minhas bonecas no colo

Cantando, na chuva, canções de ninar


(Jéssica Heusi)


Fonte bibliográfica:
CEREJA, William R.,MAGALHÃES, Thereza C. Português Linguagens. São Paulo: Atual, 2003.

EQUIPE: ÂNGELA, CATIANE, JOSENI E SUELI.



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