quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Exemplos de Paródia e Paráfrase

Paródia do texto Chapeuzinho Vermelho.

CHAPEUZINHO PENTELHO

Aqui se segue a verdadeira história do Lobo Mingau e Chapeuzinho Pentelho. Na verdade, Lobo Mingau até que é calmo. Chapeuzinho Pentelho foi quem o fez ficar furioso. Lobo Mingau estava vindo da casa da sua prima Loba Qualker, que tinha dado uma festa para a turma da escola. Ele estava vindo meio rápido e começou a sentir sérias dores na barriga, mas continuou.No mesmo instante Chapeuzinho Pentelho ia levar umas verduras para a sua vovó, tinha que ir correndo, para não estragar as verduras, pois era longe.
Em uma certa hora do dia, Chapeuzinho Pentelho enxerga o Lobo Mingau debaixo de uma árvore e ela vai lá.
O Lobo Mingau, quando a viu, saiu correndo para uma moita, pois estava com vergonha que acontecesse ali mesmo, aos pés da Chapeuzinho Pentelho. Então Chapeuzinho Pentelho, que adora uma farra, saiu atrás e quando o achou, perguntou:
- Lobo Mingau, por que você está fugindo de mim?
O Lobo Mingau disse-lhe:
- Não estou correndo, estou incentivando você para que brinquemos de esconde-esconde.
Chapeuzinho Pentelho percebeu a invalidez da conversa, mas não saiu da moita. Então o Lobo Mingau, mais que rapidamente, foi para outra moita, Chapeuzinho Pentelho o achou de novo e ele sempre ia mudando de moita, assim que Chapeuzinho Pentelho o achava. Por fim, o Lobo Mingau chegou numa moita bem satisfatória e ficou bem à vontade.
De repente, tchan, Chapeuzinho Pentelho apareceu, e logo lhe perguntou:
- Lobo Mingau, por que é que toda vez que eu chego em uma moita que você está, você sai rapidinho para outra?
O Lobo Mingau respondeu:
- É para ver se você me deixa cochilar em paz.( Emanuel F. de Paula)


Paráfrase
A paráfrase é a reprodução do texto de outrem com as palavras do autor. Ela não se confunde com o plágio porque seu autor explicita a intenção, deixa claro a fonte. Exemplo de paráfrase é o poema “Oração”, de Jorge de Lima.

"- Ave Maria cheia de graças..."
A tarde era tão bela, a vida era tão pura,
as mãos de minha mãe eram tão doces,
havia, lá no azul, um crepúsculo de ouro... lá longe...

"- Cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita!"
Bendita!
Os outros meninos, minha irmã, meus irmãos
menores,
meus brinquedos, a casaria branca de
minha terra, a burrinha do vigário
pastando
junto à capela... lá longe...
Ave cheia de graça
- ..."bendita sois entre as mulheres, bendito é o
fruto do vosso ventre..."
E as mãos do sono sobre os meus olhos,
e as mãos de minha mãe sobre o meu sonho,
e as estampas de meu catecismo
para o meu sonho de ave!
E isto tudo tão longe... tão longe...
 
 
Fonte Bibliográfica
PAULINO, Graça; WALTY, Ivete; CURY, Maria Zilda. Intertextualidades: Teoria e Prática. 1 ed. Belo Horizonte-: Lê, 1995.
Equipe:Carla,Edna,Raylene,Thaís.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O tripé dos anos 50: Bossa Nova, música e literatura

O músico e pesquisador José Miguel Wisnik, considerado um inspirador do documentário “Palavra (En) Cantada”, justifica que, pelo fato do Brasil não possuir uma cultura letrada, a música popular brasileira desempenha um papel muito importante por manter viva a literatura com a qual ela dialoga. Segundo ele, compensamos uma cultura mais baseada na oralidade diretamente para os meios audiovisuais do rádio e televisão, e de forma muito mais tímida para a palavra escrita, deficiência que a música consegue suprir servindo de veículo para a literatura. Essa assertiva se consolida principalmente no período da Bossa Nova, momento em que os autores se apropriam da literatura e do poder da palavra para manifestar suas intenções. Estavam uma em prol da outra, música e literatura sustentadas mutuamente.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010



"Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de refexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, nao vamos a parte nenhuma".






.Saramago

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Aos Meus Queridos Colegas...





"Quero fim de ano, pés descalços na areia, a brisa do mar, fim de tarde tranquilo, música boa, sem relógio, despertador ou qualquer coisa que me mostre o tempo passando. Quero sair de noite olhar pro céu e ver estrelas, ter tempo pra ver como a lua é bela, observar pessoas, rir, chorar, pensar, viver, cantar, sentir. [..] Porque não morri. Porque é verão e eu quero ver, rever, transver, milver tudo que não vi."
.Caio F. Abreu

Ótimo Fim de Ano a Todos Vocês ;) 
 By: Elaine. 

O Sorriso da Mona Lisa

O  quadro Lisa Del Gioconda, ou  Mona Lisa de Leonardo Da Vinci é um dos grandes ícones da pintura mundial. 
Embora não retrate alguém historicamente importante, é uma obra de extremo valor, que abarca diversas descobertas renascentistas, como  por exemplo, o uso do esfumato.
Cercada de Mistérios e Interpretações, esta obra é fonte para várias releituras, dando " muito pano para manga" para os artistas que utilizam a técnica da Apropriação.

Como é o caso de Salvador Dali, que " pinta-lhe uns  bigodes invertendo-lhe satiricamente o significado" (SANTANNA, p.47)










Apesar de tantas apropriações, releituras, o sorriso da Mona Lisa continua sendo o sorriso mais enigmático da História! 







PS: Neste site - http://www.mundogump.com.br/mona-lisa-remake/ encontra-se diversas versões do quadro de Da Vinci.






quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Imagens intertextuais: paródia e paráfrase

    

Paródia e Paráfrase

Paráfrase
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra…
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!

(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).
Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.

(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
Paródia
Minha terra tem palmares
onde gorjeia o mar
os passarinhos daqui
não cantam como os de lá.
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”).

terça-feira, 14 de dezembro de 2010



"Se for para semear, então que seja para produzir milhões de sorrisos.."

Cora Coralina

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

É Realmente Mágico..


Formado em 2003, o Teatro Mágico é um grupo musical da cidade de Osasco, criado por Fernando Anitelli. A Trupe reúne elementos do circo, da poesia, do teatro , da música e,da literatura, da política  e do cancioneiro popular, fazendo de suas apresentações uma diversidade de segmentos artísticos.
Influenciados pelas obras do escritor alemão, Hermann Hesse, as canções do  grupo falam dos personagens que, nas diversas situações cotidianas,temos que assumir.

Referência em música livre e independente, O Teatro Mágico produz há 6 anos arte músicas engajadas  que nos levam a refletir sobre a realidade, sobre o mundo que nos cerca, além de fazer um bem danado para nossas almas.
 Assim, a trupe escreve seu nome na história da música popular brasileira, em meio a
tanto consumismo e  superficialidades é altamente agradável algo de tamanha qualidade: melodias suaves e encantadoras, do tipo que encantam com o canto e muito bem acompanhadas de composições que brincam com as palavras.

ENTRADA PARA RAROS

O Primeiro trabalho do Grupo surge em 2003, com o criativo nome "O Teatro Mágico: Entrada para Raros" (inspirado no best seller "O Lobo da Estepe" de Hermann Hesse), envolve uma mágica  mistura de ritmos e estilos. Depois de algumas apresentações, "O Teatro Mágico" deixa de ser "apenas" o nome do CD e passa a denominar a companhia artística criada por Anitelli .

SEGUNDO ATO

“O Teatro Mágico: Segundo Ato" é o mais recente álbum de Fernando Anitelli e sua trupe. As composições escolhidas colocam em debate o homem e a sociedade na qual vive. No primeiro CD (Entrada para Raros), a trupe estava imersa num universo paralelo, num lugar onde tudo era possível, falávamos de lutar pelos nossos ideais, pelos sonhos. No "Segundo Ato", a gente dialoga sobre como realizar isso. É como se a trupe chegasse na cidade e se deparasse com as questões sociais e urbanas, como o cotidiano dos mendigos citados na música "Cidadão de Papelão" ou a problemática da mecanização do trabalho, questionada na canção "O Mérito e o Monstro". Indo mais além, na música "Xanéu nº5", há um debate sutil e, por vias opostas, mordaz, sobre o amontoado de informações que absorvemos, sem perceber, assistindo aos programas de TV da atualidade", explica Anitelli.” 

(IN: http://oteatromagico.mus.br/novo/discos/)


Apesar de envolver várias expressões artísticas, a linguagem musical e cênica é popular e acessível para todo tipo de público, independente de idade e classe social

O Teatro Mágico resume tudo o que nossa juventude brasileira precisa: arte, literatura e cultura. Sendo uma riquíssima fonte de inspiração para aqueles que tentam fazer a diferença nesse mundo de discriminações e exclusões.


Para os raros que lerem essa  postagem: Um pouco de Mágica..
~* Sonho de Uma Flauta
 






Nem toda palavra é aquilo que o dicionário diz
Nem todo pedaço de pedra
Se parece com tijolo ou com pedra de giz

Avião parece passarinho que não sabe bater asa
Passarinho voando longe parece borboleta que fugiu de casa

Borboleta parece flor que o vento tirou pra dançar
Flor parece a gente pois somos semente do que ainda virá

A gente parece formiga lá de cima do avião
O céu parece um chão de areia
Parece descanso pra minha oração

A nuvem parece fumaça tem gente que acha que ela é algodão
Algodão às vezes é doce mas, às vezes, é doce não

Sonho parece verdade quando a gente esquece de acordar
E o dia parece metade quando a gente acorda e esquece de levantar
Ah! E o mundo é perfeito!?!
E o mundo é perfeito!?!
E o mundo é perfeito.

Eu não pareço meu pai, nem pareço com meu irmão
Sei que toda mãe é santa, sei que incerteza traz inspiração

Tem beijo que parece mordida,
tem mordida que parece carinho
Tem carinho que parece briga,
tem briga que aparece pra trazer sorriso

Tem sorriso que parece choro,
tem choro que é pura alegria
Tem dia que parece noite
e a tristeza parece poesia

Tem motivo pra viver de novo,
tem o novo que quer ter motivo
Tem sede que morre no seio,
nota que fermata quando desafino

Descobrir o verdadeiro sentido das coisas
É querer saber demais
Querer saber demais


.TeatrO Mágico

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

“Música, Nostalgia, Discos e Rock”


Em um contexto de crises, do surgimento das manifestações de defesa ao meio-ambiente, bem como o crescimento das revoluções comportamentais, iniciadas na década anterior, os anos 70 são marcados pelos movimentos musicais do Rock and Roll, pela criação das discotecas e pelo experimentalismo na música erudita; Acaba-se o período do classic rock, surgem a dance music, o movimento Punk e incorporam-se definitivamente os instrumentos de musica erudita no rock.

No Brasil, oprimidos pelo regime de censura militar, os artistas brasileiros passaram a produzir canções de protesto “disfarçadas” contra a ditadura.  O Cenário musical do país nos anos 70 é composto então,  pelas produções de Chico Buarque, pelo tropicalismo e como fora um período marcado pela diversidade e transformação da cultura jovem, compõem também este cenário as canções românticas do “ rei” Roberto Carlos, e uma vertente popular profundamente sentimental- a música brega, interpretadas por artistas como Odair José, Waldick Soriano, dentre outros.
Já na metade deste período, os “trilhos musicais” tomam novos rumos, a juventude deixa de lado a filosofia Hippie dos anos 60 e sai do universo das “ posturas super pop stars” das grandes bandas e, é nesse momento que surge o Punk, com um rock muito mais acelerado e agressivo . Enquanto isso, a musica pop procurava raízes na disco music, que produzia canções dinâmicas, descompromissadas, baseadas nos ritmos da música negra e nos primeiros adventos da musica eletrônica.

Dentre essas duas vertentes, a que primeiro se popularizou no Brasil foi a “Disco Music”. Durante a metade da década de 70, os principais centros de entretenimento eram as discotecas. A Disco Music tornou-se uma febre no cenário  brasileiro e espalhou-se por todo o país, com ajuda do sucesso da novela “ Dancin Days”, da Rede Globo e com o lançamento do filme “Os Embalos de Sábado à Noite”, com John Travolta no elenco. Pegando carona neste movimento, cria-se também uma versão nacional da musica de discoteca com Lady Zu, Tim Maia e  As Frenéticas.
Os grandes sucessos da música brasileira da década de 70 ficam por conta de grandes nomes como, Caetano Veloso e Gilberto Gil, que exilados em Londres(1969-1972), gravam dois de seus melhores discos, Expresso 2222 (Gil) e Transa (Caetano).

No ano de 1973, liderados por João Ricardo, com Ney Matogrosso como vocalista, surge a banda Secos & Molhados, que produziam uma musica mais poetizada, com canções e letras de caráter bem elaborado, como Rosa de Hiroshima”, contendo também versões divertidas como “O Vira”.
1973 também é o ano do grande ícone Raul Seixas, com suas músicas esotéricas e debochadas, como “Maluco Beleza”, “Eu Nasci Há 10000 Anos Atrás” e  “Metamorfose Ambulante”.
No estado de Minas Gerais surge o movimento “Beatlesco” Clube da Esquina, constituído por  Milton Nascimento e Lô Borges.

Na Região Nordeste do país, predomina a chamada “ Invasão Nordestina”, uma mistura de sertanejo com o rock, que conta com artistas como Belchior, Fagner e Zé Ramalho, além dos sucessos dos “ Novos Baianos”, um conjunto musical nascido na Bahia, que utilizavam  vários ritmos musicais brasileiros que vão desde a  bossa nova, frevo, baião, choro, afoxé ao rock n' roll. Influenciados pela contracultura e pela emergente Tropicália, o grupo era composto por  Moraes Moreira, Baby Consuelo , Pepeu Gomes , Paulinho Boca de Cantor , Dadi (baixo) e Luiz Galvão entre outros.


 Resta a nós apenas a saudade dessa era fantástica, Revolucionária, onde os Heróis não tinham nenhum poder " sobrenatural", mas tinham um ideal para lutar. Eles transformaram a vida numa luta diária, da maneira mais gostosa possivel- transformaram-a em música- e conseguiram de FATO, Mudar a História! Para a Felicidade das novas gerações!


PARA MATAR UM POUQUINHO A SAUDADE...





Rosa de Hiroshima


Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada

 Ney Matogrosso
Composição: Vinícius de Moraes / Gerson Conrad