terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O tripé dos anos 50: Bossa Nova, música e literatura

O músico e pesquisador José Miguel Wisnik, considerado um inspirador do documentário “Palavra (En) Cantada”, justifica que, pelo fato do Brasil não possuir uma cultura letrada, a música popular brasileira desempenha um papel muito importante por manter viva a literatura com a qual ela dialoga. Segundo ele, compensamos uma cultura mais baseada na oralidade diretamente para os meios audiovisuais do rádio e televisão, e de forma muito mais tímida para a palavra escrita, deficiência que a música consegue suprir servindo de veículo para a literatura. Essa assertiva se consolida principalmente no período da Bossa Nova, momento em que os autores se apropriam da literatura e do poder da palavra para manifestar suas intenções. Estavam uma em prol da outra, música e literatura sustentadas mutuamente.

Um comentário:

  1. Falar desse contraste entre música e literatura como fala Wisnik, nos faz embarcar numa aventura magnífica do que representam essas duas vertentes para o âmbito social e individual de cada um. O "veneno-remédio" representado pela música é aquela substância que ao mesmo tempo em que vicia, também cura. Música, e sobretudo a do período Bossa-novista, é instrumento essencial para suprir nossas necessidades e aliviar as dores da alma. (CATIANE)

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